@MASTERSTHESIS{ 2019:1117292353, title = {Relações de linguagem e poder no espaço educativo e suas implicações na concepção discente de poder}, year = {2019}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5219", abstract = "Este trabalho buscou verificar, a partir dos discursos de professores e de alunos, como as relações no espaço educativo interferem na formação simbólica docente e discente sobre o poder. Entende-se o poder como a força vital que se constitui por meio de apropriações nas relações sociais, possibilitando ao sujeito o diferencial de recursos nessas relações. Com fundamento principalmente nos teóricos Lev Semyonovich Vigotski, Alexander Luria, Alexei Leontiev e Ignácio Martín-Baró foram analisadas as respostas a dois questionários aplicados às três turmas do 9º ano, totalizando 72 alunos e 17 de seus professores do Ensino Fundamental de três colégios do município de Toledo. Os resultados revelam que tanto professores (76%), quanto alunos (56%) reconhecem que as relações de poder circulam no espaço educativo e entendem, a submissão, a hierarquia e a autoridade como a base dessas relações. Verificou-se que as relações de poder não são compreendidas no espaço escolar como um fenômeno próprio do desenvolvimento humano, constitutivo e estruturante do psiquismo, mas sim, como um processo externo que visa organizar as relações de maneira acentuadamente hierárquica e não dialética. Nas relações de poder expressas na linguagem e na postura docente, preponderaram os aspectos de dominação manifestos no tom de voz alterado, rompantes e palavras desabonadoras. Esses aspectos foram considerados por docentes e discentes como importantes na linguagem do professor, no entanto as justificativas utilizadas apresentaram acentuada discrepância quanto à forma como essa linguagem é concebida no espaço educativo: para os alunos, 63% dos professores utilizam essa linguagem de maneira desrespeitosa, no entanto, apenas11% dos professores veem sua linguagem sendo utilizada da mesma forma. Os dados coletados apontam uma relação baseada na autoridade docente, entendida tanto por professores como por alunos, como necessariamente hierárquica para o bom andamento da aula, mesmo quando não acompanhada por respeito. Portanto, atribuem ao professor um necessário controle do processo pedagógico. Estas observações apontam para a importância de uma compreensão mais consistente dos educadores acerca do desenvolvimento do psiquismo humano, assumindo que o ambiente educativo é um espaço privilegiado de discussão e desenvolvimento, além de que o exercício do poder deve ser visto de maneira educativa e não punitiva, pelo aluno, pelo professor e por todo o sistema educativo. O poder, não é concebido como “uma coisa”, mas sim se constitui em uma força exercida, que se apresenta na interfuncionalidade e ao empoderar o sujeito coloca-o em um outro “lugar” social, sendo promovido e promovendo o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Ainda, o poder é promovido pelo desenvolvimento das funções psicológicas superiores e dialeticamente seu exercício as promove, pois a linguagem aparece nessa relação como o arcabouço para todo o desenvolvimento psíquico dos sujeitos, ou seja, a forma como professor e alunos se relacionam no ambiente educativo é decisiva no desenvolvimento psíquico. Diante disso é premente uma formação sólida dos professores, bem como a valorização de todo o processo educativo, pois a constituição dessas relações que ora aparecem na escola, a antecedem, assim como se materializarão na constituição ontológica dos sujeitos.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }