@PHDTHESIS{ 2020:645035880, title = {“Gente não é boi de carro, pro carro de boi puxar” camponeses e a organização política no Sudoeste do Paraná (1964/1985)}, year = {2020}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5159", abstract = "“Gente não é boi de carro, pro carro de boi puxar / Gente tem mente que gira, mente que pode girar / Gira a mente do carreiro e a canga pode quebrar”. Essa frase, presente num material de formação política da Consulta Popular de 1999, trata sobre o trabalho de base, é uma referência a capacidade organizativa dos camponeses e dos trabalhadores. Há outro dito popular, que antecede este, que diz: “se o povo soubesse a força que tem, ninguém colocava canga”. Numa comparação com os animais que, por não saberem que são mais fortes que o ser humano, permitem que este o domestique e o explore no trabalho. A canga é para simbolizar o domínio de um sobre o outro. Boi cangado trabalha, obedece aos comandos de andar, virar e parar e não revida. É passivo. Mas “a gente não é boi”, temos “mente que gira” a ponto de que “a canga pode quebrar”. Esta pesquisa discute sobre interpretações e práticas sociais de camponeses que “giraram e quebraram algumas cangas” durante a Ditadura Militar (1964 a 1985). Na década de 1980 procedeu-se uma enorme contestação social na região Sudoeste do Paraná a partir das greves de suinocultores, das disputas nas direções dos Sindicatos e das Associações e com ocupações de fazendas improdutivas. Os sujeitos envolvidos eram, na maioria das vezes, camponeses expulsos das terras e excluídos dos processos de reestruturação produtiva implementados no campo a partir de 1960. A partir delas questionaram instituições, valores e construíram soluções aos problemas enfrentados. Entretanto, estes camponeses não reagiram mecanicamente as contradições oriundas deste processo, pelo contrário, alicerçaram suas soluções com base nas relações sociais, culturais e políticas constituídas historicamente entre eles na região. A novidade deste período situa-se na radicalidade dos enfrentamentos contra aqueles que os exploravam. O objetivo desta tese é problematizar como os camponeses constituíram estas práticas sociais de enfrentamento às contradições no Sudoeste do Paraná entre os anos de 1964 e 1985. Para tanto, nos remetemos a processos, relações e instrumentos políticos construídos após 1964, tais como a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar), os Grupos de Reflexão, as relações com Igreja e o Sindicato. Para construirmos esta problematização utilizamos entrevistas orais e materiais produzidos durante o período pesquisado, sejam eles jornais, boletins, cartilhas, fotografias ou trechos de cartas enviadas pelos camponeses à Assesoar.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras} }