@PHDTHESIS{ 2019:1117711889, title = {Foucault e as utopias das luzes: panóptico e esclarecimento}, year = {2019}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/4584", abstract = "Esta tese se ocupa do pensamento de Foucault a partir de um recorte que busca compreender sua concepção das Luzes desde uma perspectiva moral, ética e política. A tese propõe que se pode encontrar em Foucault uma dupla concepção das Luzes: a análise do panóptico de Bentham e o estudo do ensaio de Kant sobre o esclarecimento. Defende que se trata de uma genealogia foucaultiana de duas utopias das Luzes, o panóptico técnico-disciplinar e o esclarecimento ético-político, das quais provém uma imagem da modernidade que, paradoxalmente, tende à disciplina e à emancipação ao mesmo tempo: o corpo dócil e a indocilidade refletida. Para tanto, são utilizados textos de Foucault, sobretudo das décadas de 1970 e 1980, bem como textos de filósofos de diferentes períodos da história da filosofia. Esta tese está dividida em três capítulos. O primeiro explora a noção de utopia em três momentos: um, com Thomas More, criador da noção de utopia; outro de recusa da noção de utopia; e, por terceiro, uma compreensão de utopia na qual ela tem um valor positivo. Estabelecido isso, passa à noção foucaultiana de utopia, a qual impõe certa inflexão às três concepções anteriores ao articular corpo e utopia, de modo a mostrar que o corpo é a matriz da utopia; e, ainda no capítulo um, há referência à noção foucaultiana de heterotopia. O segundo capítulo aborda a utopia-panóptico e suas heterotopias, mostrando como Foucault faz a genealogia dessa utopia: começa pela proveniência a partir de problemas relacionados à vigilância, à arquitetura e ao controle sociopolítico; passa à emergência da utopia-panóptico no âmbito do pensamento de Bentham – arquitetura e funcionamento transferível dessa utopia da inspeção; depois indica quais são as heterotopias de tipo panóptico, especialmente a prisão e o asilo psiquiátrico, expondo de que modo essas instituições modernas se articulam com o programa panóptico benthamiano. Por fim, o terceiro mostra quais problemas suscitaram a posterior formulação kantiana da utopia-esclarecimento, especialmente a recusa, por parte de seus contemporâneos, da sanção religiosa do matrimônio. Em seguida passa a considerar a utopia-esclarecimento, desde a perspectiva de Kant. Mostra então a emergência dessa utopia; a atitude de modernidade esboçada pela utopia-esclarecimento e o modo como Foucault se posiciona diante desta em suas implicações para a própria compreensão da questão sobre o que é a filosofia. Encerra com uma seção que trata das lutas contra as técnicas de poder-saber de tipo disciplinar e pastoral, compreendidas como lutas anárquicas em deslocamento relativo ao esclarecimento de tipo kantiano; interpreta também que se pode falar ao menos de uma heterotopia de tipo esclarecimento intimamente ligada a Foucault: a Universidade Experimental de Vincennes.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }