@PHDTHESIS{ 2019:1044102719, title = {Multiplicidade Transcendente: imaginário e arquétipos na lírica feminina}, year = {2019}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/4486", abstract = "O Imaginário não é um conjunto finito e imutável de imagens que já existem sobre certo tema; ao contrário, comporta as potencialidades da criação humana, inclusive abrangendo as possibilidades de mudanças e transposições de forma diacrônica. Por um processo mimético, a literatura representa o mundo – e por esse motivo, compreender e analisar literatura é compreender a analisar o mundo e o humano, representados. Pelo estudo das imagens e dos símbolos, de forma acentuada quando cristalizados pela elaboração estética da poesia, “o arquétipo diversifica e singulariza as mensagens do Eu inconsciente” (DURAND, 1995, p. 37). Pensando a questão da literatura de escrita feminina, por muito tempo as mulheres foram musas e não escritoras, o que significava uma representação a partir de uma perspectiva externa. Dessa forma, esta pesquisa se fundamenta na premissa de que quando as próprias escritoras tematizam contextos e experiências que lhe sejam específicos, recriam e reelaboram elementos de um imaginário feminino, criando um legado de inestimável valor para a compreensão da Mulher. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi de analisar três diferentes conjuntos arquetípicos – a Mulher Selvagem, a Mãe e a Anciã. Além destes, as poetas demonstram que em grande parte dos poemas cujo tema é o feminino a representação imagética transgrede os limites arquetípicos. De forma similar, quando produzem metapoemas com voz enunciadora feminina, as representações alcançam uma multiplicidade que transcende limites. A metodologia empregada foi de revisão bibliográfica, analisando toda a obra poética de quatro poetas contemporâneas, Adélia Prado, Ana Cristina Cesar, Alejandra Pizarnik e Maya Angelou, selecionando poemas cujo tema fosse o feminino e a mulher, ou que marcadamente tivessem uma voz enunciadora feminina. Dessa seleção, cerca de dez poemas foram objeto de análise para cada matriz arquetípica. Essencialmente, as imagens e ideias conectadas ao arquétipo da Mulher Selvagem se voltam a um retorno da sabedoria feminina em sua forma mais primitiva – tomando a palavra como compreendemos os próprios arquétipos, ou seja, primordial. O arquétipo Materno é complexo e envolve os mistérios da vida e da morte, pois no feminino está a potência da criação e também nele a responsabilidade pela geração para uma existência que inevitavelmente se encaminha para a morte. Sob o arquétipo da Anciã o tema da morte como parte da vida torna-se mais acentuado. Ao buscarem a si mesmas e à essência da palavra e da palavra poética, as poetas reelaboram imagens sobre o poder criador, em um processo poético de totalização a que propus chamar de Multiplicidade Transcendente. Para os estudos sobre Criação Poética, Arquétipos e Imaginário, as teorias de autores como Gaston Bachelard (1994, 1997, 2018), Gilbert Durand (1995, 1996, 2001, 2014), Clarissa Pinkola Estés (2014), Carl Gustav Jung (2000a, 2000b, 2007, 2017), Octavio Paz (1981, 2006) e Anchyses Jobim Lopes (1996) foram essenciais. Enquanto referências sobre o feminismo e escrita feminina, buscamos os estudos de Simone de Beauvoir (1990, 2016a, 2016b), Donna Haraway (1995), Ana Cristina Cesar (1999), Heloísa Buarque de Hollanda (1982, 1994, 2011) e Hélène Cixous (1995).", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }