@PHDTHESIS{ 2019:1002966063, title = {Saberes indígenas na escola e os efeitos de sentido sobre uma língua que caminha}, year = {2019}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/4291", abstract = "Caminhar em direção à compreensão dos efeitos de sentido entre os interlocutores é transitar entre a instabilidade e a possibilidade de rupturas. O discurso sobre o sujeito-índio sempre foi uma questão de intranquilidade social, sempre esteve numa posição marginalizada, sempre lhe foi negada a possibilidade de imposição de sentido na ordem do discurso. Contudo, o caráter heterogêneo das Formações Discursivas, mesmo determinando o que pode e deve se dito, possibilita outros sentidos pela existência de suas brechas, as contradições irrompem e desta forma, o sujeito resiste. A historicidade que contempla esse sujeito nos mostra um processo de silenciamento que tenta cercear tanto os sentidos, quanto os sujeitos. Por isso, esta pesquisa tem como tema os efeitos de sentido sobre a língua indígena e, por conseguinte, sobre o próprio sujeito, visto sua constituição de sujeito/língua/alma. Assim, buscamos entender os pré-constuídos que sustentam os discursos e os efeitos de sentido que eles produzem. Baseados no escopo teórico da Análise do Discurso de linha francesa, mais especificamente nos textos de Pêcheux (1977, 1990, 2004 e 2011), Orlandi (1990, 2001, 2007), Mariani (1998, 2002, 2003, 2004 e 2015) e Foucault (1996, 2004, 2010, 2014), buscamos compreender a memória, os silenciamentos, as formações imaginárias presentes e os efeitos de sentido materializado nos discursos do indígena guarani/kaiowá. Mobilizar os conceitos propostos por esses teóricos foi fundamental para entender a constituição dos discursos, suas repetições, silêncios e resistências relacionados ao sujeito-índio. A materialidade discursiva recortada como corpus de análise é constituída por vinte e nove entrevistas realizadas com a comunidade indígena das aldeias do município de Dourados MS. Assim, como tratamento e análise, foram realizadas subdivisões em Sequências Discursivas. Dessa forma, elas foram analisadas pelo aporte teórico da Análise do Discurso, juntamente com dados de estudos da área da Antropologia e da História. Como resultado, entendemos que mesmo após a imposição de uma imagem distorcida e pejorativa iniciada com as descrições de Caminha, a língua-alma-sujeito resiste e caminha na tentativa de impor sentidos na ordem do discurso. O sistema de confinamento e a proximidade das aldeias com os centros urbanos têm resultado em resistência entre os indígenas mais jovens, fazendo com que neguem suas origens e sua língua. A Formação Discursiva dominante tenta impor apenas um sentido ao sujeito e moldar os discursos que circulam e sua formação social, porém as brechas presentes em suas fronteiras tênues, fazem com que outros sentidos possam escapar e reatualizar os dizeres das FDs. Assim, o sujeito/língua/alma, mesmo tendo seu guyrá silenciado, caminha na busca de condições de produção que possibilitem alçar voos e permitir a circulação da boa palavra.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }