@MASTERSTHESIS{ 2019:927226743, title = {Desculpe o transtorno: análise discursiva do programa a liga sobre esquizofrenia e bipolaridade}, year = {2019}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/4240", abstract = "A loucura, algo difícil de ser definido, percebida como o avesso da razão e inversão da ordem social, recebe e recebeu muitos sentidos ao longo da história, a qual é tão longínqua quanto a da humanidade. Se a loucura por si somente é difícil de ser definida, ela muito bem é identificada na figura do louco, que “todo mundo sabe o que é”, aquele que é diferente dos outros, escapando ao que é universal. Este trabalho é uma análise discursiva do programa de televisão A Liga – Esquizofrenia e Bipolaridade. Este episódio do programa, que foi ao ar em 10/09/2013, foi escolhido porque essas duas psicoses compõem um conjunto de transtornos, que eram caracterizados em outras épocas, genericamente, como loucura. O objetivo desta pesquisa se constitui em analisar como são formulados os sentidos sobre a loucura e o sujeito louco na materialidade do programa. Para tanto, este trabalho tem como base científica a teoria da Análise do Discurso francesa, a qual foi formulada por Michel Pêcheux, a partir do final da década de 1960. Para esta teoria, o discurso é efeito de sentido entre interlocutores, os quais são determinados, assim como os sujeitos, histórica e ideologicamente. Desta forma, a Análise do Discurso se constitui como uma teoria materialista do discurso, que possui como base também a linguística e a teoria do discurso, atravessadas pela teoria do sujeito de ordem psicanalítica. Como esta teoria entende os processos discursivos como produtos de processos históricos e determinados por memórias, realizou-se uma contextualização histórica da loucura, a partir da idade clássica até a Reforma Psiquiátrica, principalmente com base na obra de Foucault, para entender quais memórias são retomadas nos dizeres e imagens que são exibidos pelo programa. Para a composição do corpus foram selecionados recortes verbais e imagéticos, sob o critério de que melhor pudessem manifestar sentidos sobre a loucura na materialidade abordada. Destaca-se aqui também, características do programa, o qual é enquadrado em uma categoria híbrida, entre o jornalismo e os programas diversionais, produzindo o conteúdo sob os efeitos de objetividade e credibilidade, com objetivo de atrair o público, se utilizando de técnicas como a imersão, pela qual o apresentador se insere em uma realidade, dando ênfase a emoções e percepções pessoais. Com isso, chegamos a significações sobre a loucura como diferença da normalidade, doença, ameaça e perigo. O louco, por sua vez, figurou em posições de diferente, anormal, infantilizado, doente e perigoso, retomando memórias que foram constituídas ao longo da história da loucura. Também, alguns deslocamentos foram produzidos pelo programa, como o louco que pode trabalhar e produzir, ou o louco que pode levar uma vida razoavelmente normal, quando em tratamento. No geral, o louco ocupa um lugar à margem da normalidade e forçado a se adaptar à ordem social vigente.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }