@MASTERSTHESIS{ 2018:1436495442, title = {Trabalho livre e escravidão em Atenas: o contraponto de Ellen Meiksins Wood ao viés antidemocrático dos clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles}, year = {2018}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/4096", abstract = "O trabalho busca analisar a perspectiva da pesquisadora e historiadora Ellen Meiksins Wood (1942-2016) sobre a democracia ateniense considerando-a um contraponto à visão antidemocrática dos filósofos clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles. A autora apresenta sua perspectiva nas obras Democracia contra capitalismo (2011b) e Peasant-citizen and Slave: The Foundations of Athenian Democracy (1989), nas quais dá ênfase à figura do trabalhador-livre, em especial o cidadão-camponês, que possuía, segundo Wood, um status jurídico e político sem precedentes, ele estava livre de qualquer tipo de exploração por meio da coação por parte dos donos de terras e também por parte do Estado. A visão tradicional foi influenciada pelo o que Ellen Wood chama de mito da ralé ociosa, segundo o qual os cidadãos eram uma ralé ociosa que conseguia participar das decisões políticas porque os escravos trabalhariam no lugar deles e porque eram sustentados por pagamentos públicos; quem inspirou o mito foram os filósofos gregos Sócrates, Platão e Aristóteles. No primeiro capítulo, tratamos da visão tradicional sobre democracia ateniense. No segundo capítulo, abordamos a perspectiva de Ellen Meiksins Wood sobre a democracia ateniense, mais especificamente sobre o papel do cidadão-camponês e dos escravos em Atenas. Por fim, no terceiro capítulo, discorremos sobre o método da autora para estudar os teóricos políticos clássicos e sua aplicação nas obras dos filósofos gregos, tendo em vista que o método que a autora utilizou teria possibilitado essa visão diferente sobre o tema. A pesquisadora afirma que esse status de cidadão do trabalhador livre e a vontade antidemocrática que essa condição inspirou estão presentes nas tradições políticas e culturais da antiguidade clássica que chegaram até nós, pois quando as classes trabalhadoras exigiram participação nas democracias nascentes – na Inglaterra e nos Estados Unidos, principalmente – buscou-se argumentar que tal participação teria que ser limitada para não colocar em risco a existência da democracia. Tal argumento estava presente nos textos dos filósofos Platão, Sócrates e Aristóteles e poderiam ser mobilizadas por meio da “autoridade” que tais clássicos da política desfrutavam a partir de uma leitura “textualista”. Contudo, Ellen Wood foi capaz de mostrar que se tratava de um “viés” e não da descrição da realidade política da democracia ateniense e, por meio da contextualização social dos filósofos da política, mostrou que concernia a uma posição partidária – antidemocrática – no conflito social e político da época em que tais “clássicos” elaboraram suas teorias políticas.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }