@MASTERSTHESIS{ 2018:289584285, title = {Os caciques Ñheçu e Sepé Tiaraju – o mau e o bom selvagem às vistas da literatura e da história}, year = {2018}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3977", abstract = "O objetivo geral desta pesquisa foi a análise das representações históricas e literárias que se construíram sobre os caciques Ñheçu e Sepé Tiaraju, que viveram entre os séculos XVII e XVIII, e como tais visões reforçaram as ideias que caracterizaram o bom e o mau selvagem, a partir do eurocentrismo. Os objetivos específicos foram: responder como são representadas figuras dos dois caciques na literatura brasileira e entender como as referidas escritas se reproduziram e se fundiram nas obras de outros autores, disseminando ideologias de dominação (colonialismo e subalternidade). Verificaram-se elementos sócio-políticos a partir da difusão religiosa proposta pela Companhia de Jesus e os efeitos para a cultura guarani, além de fatores estudados por Eco (2012), sobre as intenções do autor-obra-leitor e conceitos como decolonialismo e imaginário medieval. As obras escolhidas para o corpus da investigação foram: Os Três Mártires Rio-Grandenses, do padre Luís Gonzaga Jaeger S. J. (1951); o poema épico O Uraguai, de Basílio da Gama (1769); a obra Sepé Tiaraju – Uma farsa em nossa história, de Ubirajara Raffo Constant (2006) e o ensaio histórico Terra de Ñheçu, do escritor Nelson Hoffmann (2009). É uma pesquisa qualitativa; serviram, de base teórica, a literatura comparada de autores como Coutinho e Carvalhal (1994) e Santiago (2000). Foram importantes, para esta pesquisa, as análises de estudiosos como Quijano (2005), que decifrou aspectos referentes à colonialidade do poder; Mignolo (2003) e Spivak, (2014), que embasaram o texto com relação a questões referentes à decolonialidade e subalternidade; Schallemberger (2006), que discorre sobre a territorialidade guarani; e Mello e Souza (1986), que trabalha em suas obras a respeito do imaginário medieval. Utilizando os conceitos de polifonia e dialogismo, na perspectiva de Bakhtin (2010), e a metodologia da literatura comparada, averiguou-se, nas obras do corpus, que se torna presente a voz dos vencedores, promovendo o preconceito ao disseminar um pensamento colonizado. Entende-se, portanto, que a criação de personagens históricos e literários, como Ñheçu e Sepé, assim representados, ajudaram a estruturar ideologicamente a projeção do imperialismo colonialista de Portugal e Espanha, além das ideologias advindas da Contrarreforma Religiosa, semeando ideais conservadoristas, boas práticas e boas maneiras em conformidade com os preceitos religiosos e eurocentrados para representações do bom e do mau selvagem.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }