@MASTERSTHESIS{ 2017:626548460, title = {Agathon (Bem), Daimon (Amor), Kalos (Belo): uma interpretação fenomenológica dos conceitos do Banquete de Platão}, year = {2017}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3906", abstract = "Essa dissertação se ocupa do tema do Bem. A decisão por esse tema resultou da inquietude surgida dos diálogos platônicos quando, neles, não era indicado, ao menos explicitamente, o sentido do Bem, mas, ao contrário, havia esquivas de explorá-lo (como se observa no “Livro VI” da República, no qual a personagem Sócrates desvia o assunto do Bem e passa a falar do filho do Bem, o Sol). Partindo da referida inquietação pela busca do sentido do Bem, o presente trabalho encontrou um novo viés para explorar o que poderia ser tal sentido, no âmbito do diálogo O Banquete, de Platão. Assim, julgamos poder entrever o sentido do Bem a partir da figura paradigmática de Agatão, pois tal personagem conceitual carrega o nome agathon, o Bem. Platão nos dá vários indícios para começarmos uma investigação da personagem, como: seu nome, sua casa, a ordem dos diálogos, as partes de seu discurso etc. Os caminhos para essa busca do sentido do Bem partem inicialmente de um estudo dos conceitos do amor (ti metaxy, daimon) e da beleza (kalos), pois os três conceitos encontram-se interligados, elucidando o amor e a beleza, que possuem ligação explícita no diálogo O Banquete (203c), favorecendo, assim, o encontro com um caminho de clarificação para o sentido do Bem. A pesquisa que aqui apresenta seus saldos valeu-se de um enfoque fenomenológico, tendo privilegiado muitas das posições heideggerianas. A opção por Heidegger se deveu ao fato de este ser o filósofo contemporâneo mais decisivo para a nossa clarificação do Bem, pois, em diversos estudos dos termos gregos, sobretudo sobre o agathon, esse nos acenou o caminho interpretativo que precisávamos para chegar ao sentido do Bem por meio da personagem Agatão. Ao estudar o amor no diálogo O Banquete, a presente investigação conclui que ele é um intermediário (203a). Como se pode ver ao longo de nossos movimentos de exposição, o termo ti metaxy carrega o sentido de ser algo que “está entre”, intermediando uma passagem. Outro termo pelo qual o amor é chamado é daimon: “aquele que faz brilhar e aparecer.” O amor como tal é aquele que traz o aparecer. A beleza se liga ao amor porque, a partir dos nossos estudos, ela se mostrou como “aquilo que aparece” do amor (203c). Compreendemos que é assim que o amor faz nascer a beleza como o aparecer. E, quanto ao Bem, julgamos poder sustentar nessa dissertação, apoiados num estudo fenomenológico de Heidegger (este que retoma o termo agathon em seu sentido grego), que tal conceito é desvelado como a “pura possibilidade, doação, suporte para que aconteça algo”. Ao levarmos esse sentido diretamente à personagem Agatão, percebemos, enfim, que ela esteve no diálogo ocupando justamente esse papel do Bem, sendo a que doava a possibilidade e o suporte para que ocorresse o logos do amor e o aparecimento da beleza em sua casa. O Bem como possibilidade, como o leitor poderá conferir após acompanhar todo nosso movimento de exposição nessa dissertação, estava implicitamente caracterizado naquela personagem. Entretanto, sem um método de investigação adequado, como a fenomenologia, não chegaríamos a estes saldos, e permaneceríamos mirando a personagem como simples jogo cênico do diálogo platônico.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }