@MASTERSTHESIS{ 2018:2071862659, title = {“Você seria tão bonita, se fosse magra”: Os múltiplos sentidos no discurso da superação da obesidade}, year = {2018}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3539", abstract = "Este estudo objetiva analisar, a partir do pressuposto teórico-metodológico da Análise do Discurso de orientação francesa, os processos de produção de sentido na veiculação de notícias, no Portal de notícias G1, referentes à superação da obesidade. Para construção do corpus desta pesquisa foram recortadas vinte e três sequências discursivas de matérias produzidas e veiculadas pelo Portal G1 “O portal de notícias da Globo” de 2012 a 2016, a fim de compreender a “necessidade” de superar o obstáculo que é o corpo gordo, posto como maior vilão para atingir o objetivo do “sucesso”, retratado no corpo magro e, assim, poder aprender os efeitos de sentido desse corpo gordo e corpo magro na atualidade. O fato é que gordura e magreza sempre existiram. No entanto, o corpo gordo que em muitas sociedades era acolhido e visto com “bons olhos”, enquanto a magreza era sinônimo de doença, hoje, “precisa” fazer um esforço para emagrecer e evitar que o corpo seja um obstáculo para poder adentrar em todos os lugares e ser aceito na sociedade. Nesse cenário, a mídia colabora como difusora dessa “necessidade”, pois é impregnada de referências culturais, auxiliada pelo mercado, gera o consumo e constrói ideais de beleza e de padrões corporais. Ganha seu espaço na sociedade por se constituir um texto onipresente a interpelar os sujeitos com dizeres sobre qualidades alienadas a vida social moderna, ditando aos sujeitos que eles necessitam preencher sua vida por meio de algo que está fora deles. Esse enunciado dominante, que se dá pela mídia atravessado pelo mercado, é o que regulariza e estabelece a conduta, os costumes e os gostos sociais. Dessa forma, a construção de sentidos em torno do corpo gordo é sempre adjetivada de forma negativa, posto como um corpo que viola as leis vigentes. É, portanto, um transgressor, enquanto o corpo magro é positivado e exaltado, fato que emerge pela ótica midiática e é guiado pela cultura do consumo, evidencia um lugar de construção desse sujeito que é seduzido pelas “imposições” do sucesso, traduzindo uma “ilusão de completude”, veiculada como a “fórmula de felicidade plena” e ilustrada em forma de ganhos, de autoestima, beleza, ascensão profissional, pessoal e amorosa. No funcionamento do discurso jornalístico, a busca pelo sentido da notícia se constrói a partir da ideia de que a língua e a história são transparentes. Estas questões permitem compreender o funcionamento ideológico desses sentidos sobre o corpo e a beleza, sobre a saúde, sobre o sucesso intervindo na vida do sujeito, que constrói seu corpo no consumo e, portanto, um corpo capital, uma moeda de troca que, se efetivada, atinge o sucesso, no qual, em nome dos resultados, os fins apagam os meios, pois o que importa é ser magro.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }