@PHDTHESIS{ 2017:1589588052, title = {Escritas antropofágicas na América latina: releituras da história pela ficção}, year = {2017}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3497", abstract = "Na virada para o século XX, ocorreu uma série de movimentos literários, o que resultou em uma alteração nos dogmas da escrita literária e no próprio conceito de literatura. Um desses movimentos foi o Modernismo brasileiro, que teve como grandes expoentes Oswald de Andrade e Mario de Andrade, aquele com o Manifesto Pau-Brasil (1924) e o Manifesto Antropófago (1928), e este com Macunaíma (1928). Essas produções foram fundamentais na corporificação do que se pretendia com o “processo antropofágico” da cultura brasileira, utilizando, para isso, a metáfora do autóctone canibal. Com base nessa imagem metafórica, retomamos diversas produções realizadas pelos cronistas europeus que tiveram seus primeiros embates e impressões sobre tal figura e costume. Assim, mediante o exame das concepções desenvolvidas por cronistas como Cristóvão Colombo (1492-1493), Hans Staden (1557), Theodore de Bry (1590), Gabriel Soares de Sousa (1587), José de Anchieta (1563), Hernán Cortés (1866), entre outros, trazemos um compêndio da representação da figura do autóctone canibal no espaço latino-americano (no contexto do descobrimento da América e primeiros contatos entre civilizações), que passa a ser explorada e reconfigurada pela literatura nas três obras analisadas, quais sejam: El entenado (1983), do argentino Juan José Saer; Terra Papagalli (1997), dos brasileiros José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, ambos modelos de novo romance histórico latino-americano; e Meu querido canibal (2000), do brasileiro Antonio Torrres, uma metaficção historiográfica. Nessas, apresentam-se perspectivas diversas sobre a forma de retratar a manifestação cultural do ritual canibalesco, bem como os efeitos de sentido que são produzidos a partir desse ritual. São observadas, ainda, as formas como tal prática cultural é utilizada pelos escritores que produzem seu discurso a partir de um locus enunciativo da América Latina híbrida, mestiça, sincrética e transcultural. A partir dessa análise, buscamos, pois, evidenciar que, graças ao processo teórico que resultou dessa conscientização – destacando-se, como um dos maiores expoentes, o movimento modernista brasileiro –, a América Latina desenvolveu uma linha teórico-crítica, bem como uma produção literária com base na antropofagia cultural – da qual o romance histórico crítico latino-americano é fruto –, que serve para ancorar a produção literária local, dando voz e vez àqueles que foram colonizados e tiveram seu discurso marginalizado pelas diretrizes do cânone europeu.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }