@MASTERSTHESIS{ 2017:1173513799, title = {Os programas metafísicos de investigação em Popper como berçário da ciência}, year = {2017}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3133", abstract = "O presente trabalho tem como objetivo a investigação da relação entre metafísica e ciência utilizando os conceitos popperianos de realismo metafísico e programa metafísico de investigação. O lugar da metafísica foi reavaliado ao longo dos desenvolvimentos da filosofia popperiana e passou da condição de excluída da esfera da ciência, pela sua não testabilidade em um primeiro momento, para ser incorporada diretamente na metodologia científica em seguida. Um motivo para pensarmos isso é o fato de Popper ter constatado que a metodologia não é empírica, mas possivelmente metafísica e normativa, além de o realismo, apesar de ter caráter metafísico, e não ser testável, ser criticável. O filósofo pensou a metodologia da ciência no seguinte sentido: a indução deve ser rejeitada como método característico da ciência e substituída pela falseabilidade, cujo pressuposto é de que as teorias universais são aceitas como conjecturas, considerando a falibilidade do nosso conhecimento. Entendemos que Popper, ao desenvolver sua teoria falseasionista do método, aceitou a tese da verdade como correspondência por entender que era a única opção compatível com a falseabilidade e seu realismo metafísico e não teve outra opção senão admitir os problemas decorrentes como um mistério. O que Popper não percebeu é que, ao fazer isso criou problemas para o restante de sua filosofia, sobretudo para a ideia do conhecimento como invenção humana. Assim nos parece que o realismo popperiano e seu pressuposto de leis naturais, parece ter sido sustentado pela crença da vinculação deste com o objetivo latente da ciência, que é, para ele, a busca da verdade. Mas essa concepção de verdade nos parece, conforme Caponi (1996) também assinalou, pode ser entendida como uma idealização da aceitação racional, a qual parece ser uma alternativa internalista aceitável como mais compatível com o falseasionismo e, ao mesmo tempo, como um contorno das dificuldades decorrentes dos compromissos metafísicos do realismo popperiano. Entendemos que a defesa do realismo para Popper é motivada também pela tentativa de evitar uma das consequências éticas negativas do solipsismo, a saber: o sofrimento humano. Em torno dessa discussão, pensamos que os programas metafísicos de investigação parecem ocupar a função da metodologia, por terem o caráter programático. Assim sendo, a metodologia dependerá de uma metafísica. Entendemos que uma explicação razoável para essa mudança da perspectiva popperiana sobre a metafísica é entender que a crítica regula tanto a metafísica quanto a ciência empírica. Portanto, a demarcação que importa realmente é entre teorias criticáveis e não criticáveis, ou seja, a falseabilidade não é um critério rigoroso e permite pensar a possibilidade de influência de uma metafísica na ciência. A predominância da crítica sobre o conhecimento permite que teorias ricas em imaginação como alguns programas metafísicos possam fornecer intuições ricas em conteúdo e contribuir na seleção de problemas e na interpretação destes. A crítica, portanto é o elo entre a metafísica e a ciência.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }