@MASTERSTHESIS{ 2016:1163600469, title = {Fundação, conservação e corrução: o ciclo da vida política em Maquiavel.}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3066", abstract = "O homem é um ser egoísta e que tudo deseja, razão pela qual somente pode ver os outros homens como rivais à plena satisfação de seus desejos. A ideia de comunidade política, portanto, não mais aparece como um acontecimento necessário em razão da natural condição humana. Não obstante, o mundo histórico mostra que a vida coletiva eclodiu e, efetivamente, se perpetuou no tempo. Qual foi, então, a força que obrigou os homens, contra sua natureza, à vida coletiva? Como e por que a vida coletiva deve ser conservada? Por que, como tudo na vida, se corrompe e entra em declínio? Tais questões norteiam esta Dissertação e que, uma vez respondidas, apresentarão o que se pensa ser o ciclo vital da vida política para Maquiavel — a fundação, a conservação e a corrupção. A fundação da vida política, ação humana mais importante, é a que conjuga os termos fortuna e virtù, pois, para Maquiavel, o confronto entre fortuna e virtù é um cabo-de-guerra que condicionará o sucesso ou o insucesso da ação política. A fortuna é o acaso, significando a oportunidade criativa para o homem de virtù. E a virtù significa a capacidade de obter bons resultados políticos. Assim, a fundação da vida política terá, por base, a extraordinária virtù de um homem. Entretanto, não basta fundar a vida política. É necessário mantê-la viva. O homem virtuoso que se fez necessário para fundar a vida política e lhe dar as primeiras ordenações não é mais o homem ideal para realizar a tarefa de estruturar e conservar a comunidade. Como se evidencia, a conservação é tarefa para o conjunto dos cidadãos e deve ocorrer conforme as ordenações e as leis, as quais possuem a força constritiva da necessidade. Em vista disso, as leis e as ordenações são produto do conflito de humores entre os grandes e o povo, cada um buscando realizar seus desejos: os grandes querem dominar o povo e este pretende resistir ao desejo dos grandes, mantendo-se livre. Assim, as leis que são produzidas, em razão da tensão dos humores, devem voltar-se para a conservação da vida política e para liberdade dos cidadãos. Ainda que essa tarefa seja bem executada, para Maquiavel, todos os elementos do mundo têm o seu final, ou seja, o fim da vida coletiva é um fato inexorável. E o que causa o fim da vida política é a corrupção, processo degenerativo do corpo político, das leis e das instituições que deixam de observar o bem comum e passam a garantir apenas o interesse privado. A questão, então, passa a descobrir se existem e quais são as possibilidades de salvação da vida coletiva, evitando que os homens retornem à barbárie da vida pré-política. Dessa forma, as possibilidades apresentadas por Maquiavel, para evitar a extinção da vida coletiva, voltam-se, novamente, à extraordinária virtù de um homem que, com sua força – poder régio –, fará com que os cidadãos, as leis e as instituições voltem a ser virtuosos, de modo a primar pelo interesse público, já que vida política continuará existindo.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }