@MASTERSTHESIS{ 2016:1461785636, title = {Kant e o Misticismo: um embate entre a razão, o entusiasmo e a loucura,}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3056", abstract = "Neste trabalho, pretendemos apresentar uma análise filosófica acerca da relação de Kant com o Misticismo revisitando conceitos clássicos kantianos que possuem uma função articuladora desta temática, a saber, a distinção entre uma intuição sensível e intelectual (intellectus archetypus) e sua relação íntima, porém negligenciada com o conceito de arquétipo na Religião e typus na segunda Crítica, o conhecimento intuitivo e simbólico, bem como conceitos antropológicos ainda quase desconhecidos como o dom divinatório e a faculdade de previsão, etc. Apresentaremos também a entusiástica apologia kantiana da sensibilidade e o tema das representações inconscientes também subliminares na primeira Crítica. Finalmente iremos realizar uma análise mais detalhada do caso Swedenborg apresentando um diagnóstico de Kant. Apesar da aparente natureza irracional do assunto, o filósofo se ocupou exaustivamente deste problema filosófico que se refere à questão filosófica primordial, profunda e crítica acerca da natureza constitutiva do que se convenciona chamar de Misticismo. No entanto, esta designação parece favorecer a uma espécie de preconceito filosófico sutil, ou seja, com a aparência de uma objetividade evidente e desinteressada de modo a predispor a análise disso que viria a se apresentar como a “experiência mística” como algo já conhecido, embora anexado a esta, um anátema de insanidade ou, no mínimo, de algo que não é filosófico, objetivo. Segundo alguns estudiosos e evidenciada textualmente pelo próprio Kant, tal relação é um tanto quanto paradoxal, ou seja, o próprio Kant, considerado como um dos grandes expoentes do Aufklärung alemã, diante de tal fenômeno filosófico e espiritual, se viu vacilante quanto aos seus juízos. No entanto, como buscamos mostrar ao longo deste trabalho, longe de ser desinteressante para Kant, o filósofo se ocupou exaustivamente deste tema, ou até mesmo, o que poderíamos chamar, deste problema filosófico, o qual se apresenta sub-repticiamente em sua Filosofia Crítica. Como veremos ao longo deste trabalho, segundo estudiosos foi justamente no embate entre o Enthusiasmus e a Schwärmereique que floresceu a Aufklärung alemã. A partir dessa conflituosa relação entre objetividade e subjetividade, razão e fé, acessos hipocondríacos, crises melancólicas e massivos casos de suicídios é que surge o embate kantiano com fenômeno do Misticismo, e é neste contexto de dilemas que Kant desenvolve sua Filosofia Crítica e Transcendental. O fenômeno da Schwärmerei já na época de Kant era algo controverso e desprovido de um critério filosófico puramente objetivo e imparcial, segundo Baigorria (2014), embora originalmente estivesse associado ao fanatismo religioso, e ao embate de Lutero com o Anabatistas, a Schwärmerei teria sofrido inúmeras modificações semântico-culturais. Se recordarmos e refletirmos profundamente acerca do escopo das quatro questões apresentadas por Kant em sua Lógica, após uma revisão hermenêutica e fenomenológica atualizada e digna da sabedoria dos antigos, entenderemos o motivo pelo qual todas elas se referem ao Homem, e, portanto ao autoconhecimento. Só assim estaremos dispostos a seguir a exortação exposta no pórtico do templo de Delfos: “Se não podes encontrar dentro de ti mesmo o que buscas, tampouco encontrarás fora. Oh Homem, conheça a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses! ”.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }