@MASTERSTHESIS{ 2016:1949576132, title = {Como o declínio e a perda da autoridade contribuíram para a ascensão do totalitarismo em Hannah Arendt?}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3053", abstract = "O presente trabalho dissertativo apresenta a problemática central em torno da crise da autoridade ao longo da tradição do pensamento filosófico e político ocidental e a sua falência com a efetivação dos regimes totalitários. Arendt faz uma análise pertinente à noção de autoridade nos gregos e romanos antigos, enfatizando que nos primeiros existe uma tentativa de estabelecer um princípio de autoridade para o governo da Polis, porém as tentativas se resumem a exemplos da organização privada e não pertinente aos assuntos humanos, políticos, suscitando assim um governo autoritário, uma vez que fere os princípios da liberdade e da igualdade políticas. É com os romanos que há a conceituação e a prática da autoridade relativa aos assuntos dos homens, ou seja, à esfera pública como sendo a estrutura que garante a permanência e a durabilidade do governo, que tem o respaldo da relação hierarquizada de mando e obediência no consentimento livre, no reconhecimento mútuo do respeito entre governantes e governados. Essa relação de autoridade, que torna os governos permanentes e duráveis com um sentindo profundo de sacralidade ao ato fundante, como na Roma antiga, sofre declínio, primeiramente com a perda da tradição que liga os homens ao passado, pois essa tradição servia como um fio condutor de significação para a vida presente e futura. Ao perder essa ligação com o passado, o homem vive de projeção futura e o vazio de sentido é preenchido cada vez mais com as expectativas do que virá. A falência da tradição é acompanhada pela perda da religião, que significa que os homens não depositam mais fé nos governos e na política ─ instâncias que então já não ligam, não religam mais os homens a um princípio fundante que garanta autoridade, permanência e durabilidade dos governos. Após a derrocada da tradição e da religião, a última a ser perdida é a própria autoridade e sua significação política aos modos romanos com a cristalização dos regimes totalitários. Estes são considerados por Arendt a forma política mais cruel e terrível de todos os tempos. O totalitarismo é a negação e destruição absoluta de tudo que a autoridade garantia aos governos, como permanência, durabilidade, mas principalmente liberdade do agir e igualdade. Na forma política da negação do diferente, os homens são tornados supérfluos, descartáveis, uniformizados, animalizados e negados à vida com a fábrica de mortes em massa, gerada nos campos de concentração. O desejo do totalitarismo com a destruição da liberdade e da espontaneidade é um cemitério de paz, no qual tudo o que for diferente e contrário aos seus objetivos deve ser destruído ou morto. Justamente pelo fato de os regimes totais terem sidos efetivados na história como a mais absoluta negação da política, analisar e compreender os fenômenos que os compuseram é de suma importância para que essa experiência catastrófica política não se repita. Uma das formas de tentar impedir seu retorno, de acordo com Arendt, é justamente consolidar um governo que se estruture por um princípio fundante, que nele tenha origem a autoridade e que assim se permitam aos homens espaços para a liberdade do agir político.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }