@MASTERSTHESIS{ 2008:1292184409, title = {O trançado da morte nas tramas do tempo: uma leitura da condição feminina em Cartilha do silêncio e A dança dos cabelos.}, year = {2008}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2475", abstract = "Nesta pesquisa, a partir de um viés analítico-teórico preponderantemente sociológico, objetivou-se analisar comparativamente a relação entre tempo, espaço e universo feminino, tendo como foco as representações das personagens protagonistas femininas dos romances pseudomemorialistas Cartilha do silêncio (1997), de Francisco Dantas, e A dança dos cabelos (2001), de Carlos Herculano Lopes. O primeiro capítulo, intitulado Tempo, condição feminina e memória , atém-se à relação entre as protagonistas femininas e o tempo, com ênfase nas categorias memória e destino. A memória é o recurso através do qual as protagonistas recorrem para explicar a força e a inexorabilidade dos seus trágicos destinos. A recorrência a ela, por meio do afluxo desordenado das lembranças e imagens remotas ou recentes, subverte e paralisa o presente das protagonistas, apontando para um futuro sem expectativas, obnubilado pelos espectros do passado e pela terrível condição presente. O segundo capítulo, cujo título é Espaço, identidade feminina e reclusão , aborda a relação de identidade entre as protagonistas femininas e o espaço no qual estão inseridas. A casa, de modo geral, e o quarto, em especial, são analisados com base nos discursos em voga nas épocas focalizadas, pautados na dupla moral patriarcal que promoveu, atrelada a uma distinção sexual muito rígida, a espacialização dos gêneros, vinculando o homem aos espaços exteriores e, a mulher, aos interiores. Intitulado Erotismo, violência, loucura e morte , o terceiro capítulo se propõe a analisar estes quatro elementos que, individual e coletivamente, identificam as cinco protagonistas femininas. Estes temas, sempre associados à natureza feminina, contribuíram, ao longo da história, para a relativa demonização da mulher. Para ocultar e subjugar esta faceta maligna, apresentava-se apenas uma saída às mulheres: dedicarem-se ao casamento e à maternidade, submetendo-se à engrenagem que movia a sociedade. As personagens das referidas obras procuram se ajustar a este programa ideológico impositivo, porém, seja pela violência/opressão a ele inerentes, seja pela simples curiosidade, não se submetem totalmente, sustentando, assim, as duas facetas a da Virgem Maria e a da Eva pecadora que, em geral, revestem grande parte dos mitos acerca da feminilidade. Quer pela crença na fatalidade e pelo afluxo de lembranças do passado, torturando o presente e obscurecendo o futuro das personagens; quer pela íntima ligação com o mesmo espaço; quer pelas características compartilhadas e repetidas ao longo das gerações que se sucedem; as cinco protagonistas se assemelham e se identificam, parecendo estagnadas no tempo e no espaço. É como se elas, geração após geração, tivessem tido lições pela mesma cartilha e tivessem seus destinos entrelaçados numa mesma trança, a despeito das distinções, inclusive de autores. Todas cada uma a seu modo dançam num mesmo ritmo, essencialmente circular, e com poucas variações quanto à coreografia.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação "Stricto Sensu" em Letras}, note = {Linguagem e Sociedade} }