@MASTERSTHESIS{ 2013:33177708, title = {Perspectivas acerca do niilismo na Genealogia da moral}, year = {2013}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2138", abstract = "Ao analisar o conceito de niilismo, que se mostra polissêmico na obra de Nietzsche, nos deparamos com impasses frequentes referentes à origem desse fenômeno. Esse conceito se apresenta geralmente significando uma consequência do desenvolvimento da moral do ocidente, em que o ressentimento escravo e a má consciência, enraizados na cultura, se transformam até que terminam acometendo o homem moderno de um cansaço e de um esvaziamento de valor: é o niilismo em seu sentido mais próprio, um fenômeno de origem moderna. Por outro lado, há aforismos e trechos, menos debatidos pelo filósofo alemão em sua obra, que indicam que a origem do niilismo remete a um período longínquo da história humana, precedente à moral ascético-cristã, e a um fenômeno que abre uma lacuna de ausência de sentido em relação à vida e ao sofrimento humano. Esses aspectos incompatíveis do niilismo se apresentam tanto em textos publicados, quanto em anotações privadas de Nietzsche. O interior da obra Genealogia da moral também detém essa ambiguidade do conceito de niilismo. O objetivo principal desse trabalho é investigar a obra Genealogia da moral, com a ajuda de outros textos, buscando compreender os significados e a posição do niilismo na história da civilização. O escrito nietzschiano apresenta como objetos de estudo os conceitos de ressentimento, má consciência e ideal ascético, elementos que são constitutivos da moral ocidental. Com interesses na sua atualidade, Nietzsche investiga o passado moral até a sua pré-história. Com isso, essa obra é fundamental na investigação sobre a origem do niilismo. Seus conceitos são analisados a partir de um procedimento que os coloca sob a esfera do devir histórico e da dinâmica instintual, enquanto conceitos que se transformam ao longo do tempo e possuem múltiplos sentidos: é com essa característica polissêmica que os elementos centrais da obra se apresentam, assim como o niilismo. A Genealogia da moral revela finalmente que o niilismo possui sentidos variados, mas que não necessariamente se chocam entre si. Evidenciamos nessa obra uma forma de niilismo primordial, um niilismo primeiro , que é precedente à moral ascético-cristã, que opera inclusive como uma das causas dessa moral. Entretanto, o niilismo se apresenta como histórico, produto dos mecanismos de pacificação da civilização, que inevitavelmente levam à má consciência e ao ressentimento. Os instintos humanos se voltam para dentro, causando um grande mal estar civilizatório, sob a forma de um sofrimento por longo tempo sem fundamento. O sacerdote ascético dá uma resposta a esse sofrimento, inverte a direção do ressentimento, reinterpretando a má consciência animal, tornando-a mais grave, de uma forma definida, como a interpretação do sofrimento pelo pecado. A má consciência fazia o homem sofrer sem sentido com os instintos que se voltavam contra si, porém, com a interpretação ascética, ele agora descarrega suas forças contra si com um sentido que justifica o sofrimento.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia}, note = {Filosofia Moderna e Contemporânea} }