@MASTERSTHESIS{ 2013:1996581563, title = {Fundamentos da política no mundo secularizado, segundo Hannah Arendt}, year = {2013}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2135", abstract = "Esta pesquisa analisa o modo como Hannah Arendt pensa a política no mundo secularizado. Partimos de sua crítica à tradição da Filosofia Política Ocidental, caracterizada pela submissão da política às verdades imutáveis, contempladas pelos filósofos. Esta concepção foi iniciada por Platão e continuada através da aliança entre Igreja e Império, estendendo-se até o início da Idade Moderna. Filósofos como Hegel, Kierkegaard, Marx e Nietzsche, quiseram romper com esta tradição, mas não conseguiram isto de modo satisfatório. Segundo Arendt, a troca dos padrões tradicionais por outros aconteceu no século XX, especificamente na implantação dos regimes totalitários, como o Nazismo e o Bolchevismo. Diante disso, o problema é determinar se é possível superar a tendência ao totalitarismo na política sem recorrer às categorias transcendentes oferecidas pela filosofia e pela religião. Nossa posição é que Arendt defende a secularização, mas não considera suficiente o rompimento com os referenciais transcendentes. Há outras condições que precisam ser observadas para que a política aconteça, especialmente a troca de opiniões, baseada no respeito à pluralidade humana. Além da independência entre política e religião, consideramos que sua teoria política propõe uma nova relação entre política e filosofia. Depois de considerar a superação da metafísica na política, e a consequente eliminação da hierarquia entre contemplação e ação, analisamos o modo como a autora trabalha a relação entre o discurso e a aparência. Percebemos que a ação política necessita de um espaço público definido, no qual os cidadãos possam fazer pactos entre si. A durabilidade de um mundo comum depende da superação do subjetivismo, característico do liberalismo da era moderna, no qual predomina a liberdade privada. Assim como nas revoluções do século XVIII, a dificuldade da política no mundo moderno é equilibrar a estabilidade e a novidade. Arendt propõe a promessa para garantir a continuidade, e o perdão, para romper a cadeia causal dos acontecimentos e proporcionar um novo começo. Na política, a novidade é possível quando a ação está vinculada ao pensamento, mas não um pensamento especulativo, que visa fazer universalizações. É por isto que, para Arendt a política não necessita de um sistema racional de verdades predefinidas, o que não significa que ela se oponha a todo tipo de encontro entre filosofia e política, mas ao modelo tradicional. Ela aceita a proposta de Sócrates, na qual a atividade de pensar é mais importante que o resultado do pensamento. Aí ela encontra um limite para o mal e nos permite iniciar uma reflexão sobre a relação entre ética e política. Contudo, o princípio socrático também é limitado, revelando o que não fazer, mas não ajudando a determinar uma nova ação. Então, Arendt analisa a filosofia kantiana e, apesar de rejeitar o seu conceito de obrigatoriedade da vontade, aceita a noção de faculdade do juízo, considerando que esta é a faculdade que nos permite fazer política.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Mestrado em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }