@MASTERSTHESIS{ 2010:2061262905, title = {Merleau-Ponty: a experiência do corpo como ser sexuado}, year = {2010}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2109", abstract = "O objetivo deste trabalho é analisar a concepção de corpo e sexualidade numa perspectiva fenomenológico-psicanalítica, e, a partir dessa reconstrução, compreender a noção de inconsciente carnal em Merleau-Ponty, noção que passa a ser instituída a partir de uma articulação com a teoria psicanalítica. Para tanto, o trabalho tem como base investigativa a primeira parte da Fenomenologia da Percepção de Maurice Merleau-Ponty, texto capital no qual é explorado o tema da experiência do corpo próprio e seu contraponto crítico às teorias tradicionais vigentes na ciência e na metafísica modernas. A doutrina cartesiana do corpo está fundada no princípio de que o pensamento é anterior à percepção, isto é, o espírito possui primazia metafísica e cognitiva em relação ao corpo. O corpo se caracteriza por exercer uma função meramente instrumental em relação à alma. O empirismo, por seu turno, fundamenta o conhecimento na experiência sensível em que o corpo se define como um pedaço da matéria, um objeto de estudo da anatomia. Ora, Merleau-Ponty identifica, nessas duas posições canônicas (intelectualismo e empirismo), uma convergência de base: um princípio dualista de abordagem, que camufla a experiência mais própria dos fenômenos percebidos, dentre eles, a experiência do corpo próprio  dualismo que cinde nossa experiência interna e externa, espiritual e corporal. Assim, a tradição termina por mascarar a verdadeira experiência do corpo de tal maneira que a sexualidade não passa de um instinto, de um processo fisiológico isolado, um mecanismo predeterminado. Para a tradição filosófica ou até mesmo científica, a afetividade se torna um tema irrelevante, sem receber qualquer estatuto ontológico mais proeminente. Diferentemente, mostra Merleau-Ponty, Freud terá sido aquele que lançará novas bases teóricas no sentido de se repensar mais radicalmente a experiência da sexualidade, ao considerar o fato de que tudo o que o ser humano faz tem um ou mais sentidos. Assim, a sexualidade não é apenas um processo fisiológico isolado, já que o próprio homem é visto como um ser cultural e histórico, um ser produtor de sentido, pois o corpo se revela, em sua radicalidade última, como ser sexuado . Sem jamais se reduzir à condição de objeto, o corpo se torna fonte de sentido. É uma experiência viva. A sexualidade se torna, pois, a deflagração mais genuína desse movimento dialético e paradoxal. Ora, essa é uma característica fundamental da corporeidade que Freud já presumirá em sua experiência clínica. Apesar da ambivalente relação de Freud com a filosofia, este estudo faz uma lacônica incursão na sua teoria, enfocando as noções de desejo e de inconsciente, para reconstruir a problemática sobre o inconsciente em Merleau-Ponty. Este, ao mesmo tempo em que reconhece o mérito freudiano, critica e questiona alguns pontos, para propor a sua própria noção de inconsciente carnal. Essa proposta tem como eixo central a noção de carne, que culmina numa reabilitação ontológica do sensível e anuncia uma provocação à concepção de inconsciente estruturado como linguagem, tipicamente lacaniana.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia}, note = {Filosofia Moderna e Contemporânea} }