@MASTERSTHESIS{ 2010:1566092344, title = {Liberdade e Capital em Karl Marx}, year = {2010}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2104", abstract = "O objetivo central dessa dissertação é analisar a problemática em torno da liberdade, em O Capital de Karl Marx. O presente trabalho busca compreender como a questão filosófica da liberdade é posta pela exposição dialética de O Capital . Tendo como referência a interpretação de Benoit, compreendemos que o modo de exposição de O Capital só pode ser compreendido a luz da filosofia de Hegel e da tradição dialética. A exposição caminha do abstrato ao concreto. Os conceitos apresentados são desenvolvidos a partir de suas formas mais simples e aparentes, e seguem avançando por meio de um movimento negativo para formas mais complexas e concretas. O percurso expositivo desenvolvido em O Capital é um caminho de ascensão, no qual se parte das formas abstratas para ultrapassá-las, negá-las e alcançar a realidade que se esconde por trás das formas mistificadoras, desvelando os mitos da sociedade burguesa e trazendo para a superfície as contradições imanentes ao capital. Tal dialética expositiva é o instrumento metodológico que possibilita a Marx tentar superar a forma meramente analítica e empírica da pesquisa, reconstruindo a totalidade concreta e viva do real, a partir da força negativa da dialética. Marx constrói uma unidade entre a forma de representação lógica e histórica, uma estrutura sincrônica e diacrônica, uma unidade contraditória entre o ser e o devir. Uma unidade que compreende uma representação concreta do real, capaz de ultrapassar as formas abstratas mediante o movimento de negação, a partir de um logos contraditório. A exposição dialética busca desvelar as contradições presentes no interior de cada categoria da sociedade capitalista. O movimento negativo da exposição coloca as categorias em movimento, em devir permanente. As categorias se transformam, são negadas e ainda assim, preservam um valor de verdade. Isso quer dizer que as categorias postas ao movimento dialético negativo da exposição, podem ser e não-ser ao mesmo tempo e na mesma relação. Partindo desses princípios, a presente pesquisa desenvolve a tese de que o conceito de liberdade em O Capital de Marx é pensado como uma teoria positivo-negativa da liberdade. O movimento expositivo nos revela que sob o modo de produção capitalista a liberdade é contraditória, ou seja, o homem aparece como livre e não-livre ao mesmo tempo. Na sociedade dominada pelo capital, Marx fala em liberdade e não-liberdade. A positividade da liberdade do capital se revela mediante a análise do mercado e a circulação de mercadoria que exigem relações entre homens formalmente livres e iguais. Por outro lado, a negatividade da liberdade se expressa no domínio do capital sob as relações de produção, no fetichismo, na autocracia do capital sob o trabalho. Liberdade e não-liberdade coexistem no interior das relações capitalistas, uma aparece como pressuposto da outra. Marx revela que o processo de exploração do capital ocorre mediado pelos princípios de liberdade que regem e regulam o mercado. Isso significa que é a própria liberdade jurídica que aparece como pressuposto para a não-liberdade e domínio do capital sob os homens.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia}, note = {Filosofia Moderna e Contemporânea} }