@MASTERSTHESIS{ 2018:1315063319, title = {Estudo epidemiológico da dengue em Cascavel e outros Municípios da Décima Regional de Saúde do Estado do Paraná}, year = {2018}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3648", abstract = "As chamadas Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) são um problema para a sociedade há muitos anos. Dentre as DTN de maior incidência está a dengue, uma doença viral causada por sorotipos diferentes do vírus da dengue (DENV), transmitida a partir da picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti (Diptera: Culicidae). A dengue pode ser evitada e tratada, porém na maioria das vezes o vetor não é controlado, impedindo o combate da transmissão da doença. A prevenção da dengue tem se tornado um grande desafio, pois sua transmissão é influenciada por diversos fatores, como ambientais, climáticos, sociais e econômicos. A apresentação da doença compreende desde formas clínicas brandas, até quadros graves de hemorragias e choque, podendo evoluir para o óbito. Objetivos: Analisar os casos de dengue clássica, dengue com sinais de alarme (DSA), dengue grave (DG) e os óbitos nos municípios da Décima Regional de Saúde e correlacionar com o número de casos de outros municípios do Paraná. Avaliar as regiões do município de Cascavel-PR com maior risco de contrair a doença e a influência da temperatura, precipitação e condições ambientais na transmissão da dengue. Metodologia: Esta dissertação consiste em um estudo descritivo, transversal e retrospectivo das notificações dos casos de dengue nas suas diferentes formas clínicas e óbitos confirmados nos municípios da 10ª Regional de Saúde do estado do Paraná em relação a situação epidemiológica da dengue em outros municípios do estado. As informações referentes aos municípios da 10ª Regional de Saúde foram coletadas a partir do banco de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação da 10ª Regional no período de agosto de 2012 a julho 2017. Os dados referentes a outros municípios no Paraná foram obtidos a partir de dados públicos disponibilizados através dos boletins epidemiológicos no site da Secretaria de Saúde do estado. A comparação dos casos de dengue nos municípios da 10ª Regional e Paraná foram realizadas por meio da análise de Qui Quadrado para k proporções, assumindo um nível de significância de 0,05. Os dados referentes ao município de Cascavel-PR foram obtidos pela Secretaria de Saúde do município no período de 2012 a 2016. Com base no número de casos de dengue deste município foi construído um canal endêmico, o qual torna possível determinar situações de surto e epidemia, definido por meio do cálculo da mediana, 1º e 3º quartis do número de casos confirmados em Cascavel mensalmente no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2016. Também, foi feito o Georreferenciamento a partir dos endereços residenciais dos casos confirmados da doença através do Sistema de Informação Geográfica QGIS (2016). Com a identificação das áreas com maior concentração de casos de dengue foram realizadas visitas in loco a regiões estratégicas para verificar as condições ambientais e presença de indicadores que pudessem estar influenciando na ocorrência do número de casos e transmissão da doença. Além disso, foram coletados dados na Vigilância Ambiental referentes ao LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação para Aedes aegypti), que é uma amostragem larvária de Aedes aegypti feita a cada três meses em Cascavel para obter a estimativa da infestação pelo vetor. Os dados referentes a temperatura e precipitação, foram solicitados ao Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR). Os números de casos da dengue e as variáveis ambientais foram avaliados mensalmente quanto ao padrão de distribuição dos dados por meio do teste de Shapiro-Wilk. Resultados: Nos municípios da 10ª Regional foram notificados 26 casos de Dengue com sinais de alarme (DSA), 4 casos de Dengue Grave (DG) e 1 óbito. No Paraná ocorreram 1.487 casos de DSA, 381 casos de DG e 117 óbitos. Quanto aos casos de DSA, foi verificado, no total de casos acumulados entre os períodos epidemiológicos de 2012 a 2017, que houve uma menor frequência de casos notificados pela Décima Regional quando comparado ao número notificado em todo o estado (p=0,007). Ao avaliar o número de casos de DG, no total a frequência notificada na Décima Regional é significativamente menor (0,08%) do que no restante do Paraná (0,23%; p=0,031). As frequências do número de óbitos observadas entre as notificações da Décima Regional e as demais do estado do Paraná foram estatisticamente similares em todos os períodos epidemiológicos (p>0,05). No município de Cascavel, através da análise do canal endêmico verificou-se que em 2012, todos os meses estiveram nas zonas de controle, com exceção do mês de outubro; em 2013, todos os meses estiveram nestas zonas; em 2014, 3 meses não se encontraram nestas zonas de segurança (outubro, novembro e dezembro); em 2015, 4 meses estiveram fora destas zonas de segurança (maio, junho, agosto e dezembro); em 2016, apenas o mês de dezembro se mostrou na zona de segurança. Com o georreferenciamento, os mapas de calor mostraram que há um predomínio dos casos positivos de dengue nas regiões oeste, centro sul e central do município, que abrange os bairros Santa Cruz, Alto Alegre, Coqueiral, Neva, Parque São Paulo e Centro, na maioria dos períodos avaliados. Durante a inspeção in loco para verificação das condições ambientais nos bairros em que houve recorrente concentração de casos, conforme verificado nos mapas de calor, foram encontrados inúmeros locais que podem servir como criadouros para o Aedes aegypit, dentre os quais: ferro velho, acúmulo de lixo e entulhos como caixas de água, garrafas, móveis e eletrodomésticos jogados a céu aberto e no entorno. O primeiro ciclo do LIRAa de 2016 apontou um dos maiores índices de infestação do período avaliado, neste período todo o município estava em situação de alerta ou risco de contrair a doença. As correlações dos números de casos de dengue e a temperatura (mínima, média e máxima) e precipitação mostraram associação fraca apenas entre a prevalência dos casos de dengue de Cascavel e a temperatura máxima. A temperatura mínima, média e a precipitação não apresentaram correlações significativas com a incidência dos casos de dengue.Conclusão: A Décima Regional tem apresentado percentuais crescentes de casos de dengue em relação ao Paraná, sendo que no último período epidemiológico representou 10% de todos os casos do estado. São necessários esforços e ações com foco na redução dos casos de dengue, principalmente nos municípios com alta incidência. Apesar de este trabalho demonstrar geograficamente as residências dos indivíduos que contraíram dengue e os locais com maior risco e encontro de criadouros nas regiões de Cascavel, não é possível afirmar, as causas dos casos de dengue no período avaliado. As variáveis ambientais como temperatura e precipitação não apresentaram correlação forte com os casos de dengue em Cascavel. Estudos e análises adicionais são necessários com o intuito de relacionar estas variáveis com as situações apresentadas, as quais estão intervindo na propagação da dengue no município. Recomenda-se que estudos com delineamentos mais específicos sejam elaborados para analisar fatores individuais e ambientais capazes de cooperar para o aumento do número de casos de dengue nestas localidades.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas}, note = {Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas} }