@MASTERSTHESIS{ 2016:122257898, title = {Porque há luta, há ente: pólemos entre Platão e Heidegger}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3244", abstract = "O objetivo desta dissertação é interpretar a passagem 433 d da República; ali, Platão afirma que a Justiça, virtude que investiga no diálogo, rivaliza (e o termo de referência é pólemos) com as virtudes de sabedoria, temperança e coragem. Para que pudéssemos entender o que esta guerra significa, buscamos na interpretação heideggeriana de Heráclito um caminho. Heidegger interpreta pólemos como luta originária, anúncio da diferença entre ser e ente. Por dizer a diferença, por se manter junto da questão pelo ser dos entes, Heráclito foi considerado um pensador originário, por Heidegger. Diferentemente de Heráclito, a doutrina de Platão, vista por Heidegger, não tem lugar junto à dos pensadores originários; o pensador alemão o concebe como iniciador da metafísica. Platão teria promovido uma transformação na essência da verdade, que perderia seu caráter de desvelamento para assumir o de correspondência. A origem dessa transformação pode ser identificada na “alegoria da caverna”. Platão conta, nesse mito, como um prisioneiro ultrapassa os âmbitos de desvelamento rumo ao que é maximamente presente: a Ideia. O prisioneiro lida, de início, com as “sombras”, o que não é constante em si mesmo; depois de se libertar, conhece a Ideia, o que é propriamente ente, o “mais aparente”; compreende que as sombras são menos verdadeiras (menos entes) e que o mais constante, o mais presente, é fundamento de todas as “coisas” com as quais lidava na caverna (as sombras). Por dizer que o fundamento é o mais presente, Platão teria promovido uma identificação do ser com o ente simplesmente presente, perdendo de vista, assim, a diferença para co o ser. Para alem de meramente trazer a interpretação heideggeriana de pólemos para nos orientar na leitura e interpretação da passagem do diálogo platônico relativa à Justiça e à guerra entre as virtudes, ficamos impedidos de silenciar quanto à sua interpretação geral de Platão. Por isso, avaliamo-la e sugerimos um caminho alternativo, um caminho que buscou, a partir da relação entre Justiça, pólemos e Bem (conceitos presentes na República) subsídios para pensar Platão como filósofo “originário” (não “metafísico”) no sentido atribuído a esses termos por Heidegger. A intenção da presente dissertação é, pois, (1) interpretar o problema da rivalidade entre Justiça e demais virtudes, com base no termo-chave “pólemos”, e (2) com isso, a partir de Heidegger legitimar uma leitura diversa, e mesmo oposta, de Platão como pensador metafísico.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }