@MASTERSTHESIS{ 2017:2035601014, title = {Após a angústia: sobre propriedade e impropriedade na analítica existencial de Heidegger}, year = {2017}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3136", abstract = "Pautado principalmente na obra Ser e tempo do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), o objetivo desse trabalho é responder à pergunta: O que vem após a angústia? Para que esse objetivo seja atingido, o trabalho transita por temas da analítica existencial, subprojeto da investida maior de Heidegger, a saber, a ontologia fundamental. No subprojeto em questão, Heidegger apresenta-nos o ser-aí, o ente que compreende o ser e, por isso, insinua-se como ente privilegiado. Na busca pela caracterização total desse ente, Heidegger vai apresentando, nas páginas da obra predita, as estruturas constitutivas do mesmo, as quais denomina de existenciais. Nos capítulos iniciais desse trabalho, após realizar as considerações preliminares da analítica existencial, partimos para identificação desses existenciais. Em primeiro lugar, ser-aí salta por sobre o conceito tradicional de homem, isto é, por ser através da existência responsável pelo seu próprio ser. Assim, a partir da compreensão disso, ser-aí se movimenta em existencialidade em busca do seu caráter maior, a saber, ser um ente de poder-ser. Deste modo, a existencialidade do ser-aí se configura sempre no mundo ao qual este fora lançado, e é no mundo que ser-aí vai inaugurar seus primeiros comportamentos existenciais. A partir dos diversos modos de ocupação, ser-aí, através do uso que faz dos utensílios, vai experimentar a totalidade do mundo, a saber, a significância. Desse modo, o ser-aí é ser-no-mundo o qual vai existir na maioria das vezes de forma imprópria, isto é, na lida com os utensílios, nas ocupações cotidianas e tutelado pelo caráter ditatorial do impessoal. Assim, escapa-lhe a verdade de sua existência, isto é, a possibilidade de se ‘reconhecer’ como um ente-de-poder-ser. De sorte que este ente, para além de sua existência pautada na decadência, possui em sua constituição as assim denominadas tonalidades afetivas, as quais vão direcionar o modo pelo qual ser-aí se vê afinado com o mundo. Dentre as várias tonalidades afetivas, Heidegger apresenta exatamente no §.40 de Ser e tempo a angústia como tonalidade afetiva fundamental. Ela possui o caráter de fundamental, porque vai colocar o ser-aí de frente com o seu próprio ser, suspender os mobilizadores ocupacionais e, mais do que isso, será na crise da angústia que ser-aí pode redescobrir-se como ente de poder-ser que ele é. Passada a crise da angústia, que decisão pode tomar o ser-aí? Como vimos, ser-aí é um ente de possibilidades, isto é, mesmo depois de ser suspenso diante do nada que é, através da ‘noite clara’ da angústia, ser-aí, como possibilidade, pode decidir pelo caráter de impropriedade de sua existência se, por um lado, intensificar sua existência na cotidianidade mais banal, isto é, submergir-se cada vez mais nas ocupações sendo tutelado pela impessoal e assim fugindo sempre do encontro com seu próprio ser. Por outro lado, se ser-aí decidir-se pela propriedade como modo de existir, ele tende a buscar a verdade de sua existência, orientando-se por aquilo que ele é em essência: cuidado. Sendo assim, ser-aí se movimentará numa lida cuidadosa com a própria existência, ressignificando seus projetos de forma autêntica.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }