@MASTERSTHESIS{ 2016:580324472, title = {O problema da amizade nos Ensaios de Montaigne: sobre “Da Amizade” (I,28).}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3071", abstract = "Esta dissertação objetiva discutir o estatuto filosófico do conceito de amizade montaigniano, apresentado no capítulo Da amizade (I, 28). O problema central é a distinção da concepção de amizade por nosso autor em relação as demais interpretações vigentes em seu tempo, uma vez que, no entendimento de Michel de Montaigne, a amizade é uma experiência e não puramente um conceito. Mais que isso: a amizade é um afeto incomensurável, porque ela é o maior sentimento que o homem pode desejar. Nossos argumentos buscam afirmar que, para Montaigne, a amizade é o lugar de um encontro de si, pois a identidade do eu é afirmada por meio dela. Assim, a amizade é o lugar da experiência de si: ou seja, não é na solidão, ou na pura volta a si, que Montaigne encontra a solidez de uma vida verdadeira, a real existência de si mesmo, mas numa singularidade com o outro. Da mesma maneira apresentamos que, da amizade como experiência de si marcada pela alteridade ficará sempre que o outro é constitutivo da identidade do eu. A amizade é o grau máximo de perfeição das relações humanas. O ensaísta quer que a inspeção que respalda o juízo relacional desloque-se da experiência de si para a experiência do coletivo e da opinião pública. A ideia de humanidade se coloca acima da ideia de pátria, e declara a amizade mais alta ainda a que dedica ao gênero humano. La Boétie é o guardião da sua mais pura imagem. O ensaísta destaca o aspecto exemplar e inigualável da relação de amizade. Descreve características que só podem ser vividas por homens que saibam viver com reciprocidade, ao ponto de suas almas unirem-se de tal forma que não haja mais uma linha divisória entre elas, e torna-se uma alma em dois corpos. Montaigne exerce uma calma vigilância sobre as paixões, que de resto estão exacerbadas nos exemplos de excessos que recusa: o único excesso admitido é a amizade com La Boétie. Tencionando a ideia de Aristóteles, para quem a amizade é mediada pela virtú, descreve uma amizade difícil de ser encontrada. Enquanto Aristóteles vê na amizade relações sociais paradigmáticas, Montaigne considera que ela exprime uma propriedade absolutamente singular e rara. Assim, a amizade não pode ser o modelo de relacionamento social ou político perfeito, como era ainda o caso do próprio La Boétie.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }