@MASTERSTHESIS{ 2016:1241640810, title = {A distinção cartesiana entre curvas geométricas e curvas mecânicas}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/3070", abstract = "Matemática, segundo a maioria das pessoas, é uma ciência exata - mas o que significa ser exata? Ou ainda, se é exata, como são seus objetos? Exatos? Ou melhor, o que é um objeto matemático? Como diferencio um objeto matemático de outro? Que características/propriedades são necessárias para que um objeto seja matemático? Ser exato significa ser inteligível? Essas perguntas, que não serão alvo de discussões neste trabalho, foram as desencadeadoras do presente estudo. A proposta é discutir a recusa cartesiana do critério grego de demarcação entre os dois tipos de curvas e procurar entender o estabelecimento de novos critérios adotados por Descartes. Sendo assim, procura-se ao longo da dissertação buscar entender as razões que levaram o filósofo a discutir e reclassificar as curvas. Para compreender a distinção cartesiana entre as curvas geométricas e as curvas mecânicas é preciso inicialmente apresentar o contexto em que tais curvas aparecem. Nesse aspecto, inicialmente é realizado um retrospecto histórico das principais curvas estudadas e investigadas pelos gregos, bem como os seus principais geômetras representantes. Nesse contexto, é comentado e discutido o papel fundamental dos problemas clássicos, os quais influenciaram no aparecimento e desevolvimento de tais curvas. São eles que desencadearam novas investigações e o aparecimento de novas curvas. Na sequência, é realizada uma discussão sobre o ensaio A Geometria, contendo um panorama geral sobre a obra, uma caracterização e uma demarcação das curvas nesse âmbito. Em seguida é discutido o entendimento de Descartes para a distinção entre as curvas geométricas e mecânicas. Por fim, são apresentadas as conclusões a respeito da tese aqui defendida. Segundo Bos (2001), o argumento adotado por Descartes para classificar as curvas foi a “análise filosófica da intuição gemétrica”, ou seja, a construção e a representação das curvas serviram para criar objetos conhecidos. Por trás de qualquer escolha dos procedimentos para a construção estava a intuição do “conhecido-desconhecido”, ou, em geral, a intuição da certeza na geometria. A visão geral que fincava suas estacas era a de que a geometria foi moldada por uma preocupação filosófica baseada na certeza das operações geométricas, em particular das construções, ou seja, a matemática cartesiana era (e ainda é) a matemática de um filósofo e, nesse contexto, essa matemática não se pode postular sem argumentos. Nesse aspecto, fica compreendido que Descartes teve uma ideia de racionalidade baseada na continuidade. Continuidade essa que pressupõe um movimento contínuo de intuições que podem se reduzir em um todo ou em vários movimentos, desde que contínuos e intelegíveis. Por exemplo, em uma teia de aranha, há um fio principal que se tocado, movimenta todos os outros fios. Assim também o é o movimento contínuo intuitivo pressuposto por Descartes para o entendimento de uma curva geométrica. A continuidade da geração de um objeto geométrico corresponde à continuidade do pensamento matemático e, portanto, de compreensão desse objeto de forma contínua.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }