@PHDTHESIS{ 2016:55379047, title = {A produção de soja orgânica como uma estratégia de desenvolvimento rural: um olhar a partir da qualidade de vida}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2233", abstract = "A busca por melhores níveis de bem-estar e saúde ganhou importância à medida que melhores padrões de conforto e consumo foram obtidos em países desenvolvidos, estimulando outros países e pessoas a esta busca. As crescentes preocupações nas últimas décadas com a alimentação saudável, com o ambiente e a maior atenção com as pessoas deram maior visibilidade ao tema. Dentro desse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo analisar a saúde autodeclarada e bem-estar percebido pelos produtores de soja orgânica e convencional em uma perspectiva comparativa, assim como analisar os motivos pelos quais os produtores orgânicos iniciaram essa atividade em um ambiente em que predomina o agronegócio tradicional. Para tanto, a obtenção dos dados primários fez-se por meio de entrevista não estruturada com amostras de produtores de soja no ano 2014/2015, bem como com outros atores do segmento, de modo que viabilizasse a construção do instrumento de coleta de dados. Foram consideradas quatro dimensões de bem-estar do trabalhador rural: o capital humano, a renda, o bem-estar físico e a saúde mental do entrevistado e do aplicador de defensivos e caldas, visando compreender a exposição ao risco de contaminação e problemas com sua saúde e bem-estar nos dois modos de produção de soja. Os dados obtidos sugerem grande exposição ao risco de contaminação por insumos agrícolas, pelo fato de existir importantes lacunas na segurança pelo insuficiente uso de EPIs (equipamento de proteção individual), sobretudo do grupo de produtores convencionais por interagirem com substâncias mais perigosas, além de riscos ergonômicos, tendo em vista os altos níveis de relatos sobre dor nas costas. Esta exposição acentua o risco de morbidade do grupo de produtores orgânicos por males decorrentes da idade, uma vez que o perfil etário lhes é menos favorável. Em relação à comparação entre amostras de produtores, por um lado houve muitas semelhanças inesperadas que foram explicitadas, como a qualidade da habitação e do saneamento, nível de escolaridade e itens de conforto na casa. Por outro lado, o grupo convencional aparenta vantagem na renda ao passo que o orgânico aparenta estar mais feliz e satisfeito com a atividade e estilo de vida. Com respeito às razões de escolha pelo modo de produção orgânico, os entrevistados mostraram forte aversão à vida familiar interagindo com os venenos . Apesar da atividade orgânica exigir maior intensidade de trabalho físico e possuir entraves decorrentes de compor um setor pequeno, há vantagens advindas da coesão do grupo, do preço pago à produção e do acesso a mercados mais desenvolvidos. Há destaque na ocorrência de externalidade negativa decorrente da atividade convencional de vizinhos, sobretudo à deriva química. Os produtores orgânicos evidenciaram a crença de que a qualidade de vida da família melhorou, mesmo que a obtenção de incrementos de renda não produza o mesmo nível de convicção. Por fim, a escolha pela produção orgânica aparenta constituir-se como estratégia dos agricultores para contornar dificuldades em sobreviver na atividade convencional com os poucos recursos que dispunham, transformando as variáveis que lhe eram restritivas em diferencial para acessar um mercado consumidor alternativo ao das commodities.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio}, note = {Centro de Ciências Sociais Aplicadas} }