@MASTERSTHESIS{ 2011:1170860483, title = {A contradição/conflito entre formação cultural e indústria cultural em Theodor W Adorno}, year = {2011}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2120", abstract = "O trabalho busca analisar a contradição/conflito que surge entre a formação cultural e a indústria cultural a partir do pensamento de T W Adorno e aponta a educação como aquela que pode contribuir para a autonomia da consciência do sujeito que vive na sociedade capitalista, solo no qual floresce o conflito entre a formação cultural e a indústria cultural. Busca-se descrever a formação cultural como resultado de um desenvolvimento dialético da civilização humana. Mostra-se que o período do pensamento mítico da humanidade já continha certa racionalidade, pois esse período, ao dar nomes ao desconhecido e formular histórias explicativas para os fenômenos naturais, já buscava controlar o curso da natureza. O período do pensamento lógico e racional surge, portanto, por um lado, como superação do pensamento mítico, porque a técnica, que é a essência desse saber, se vale da matemática, das fórmulas, da regra e da probabilidade para destituir todo e qualquer vestígio de mito. Esse momento racional e técnico também mantém, no entanto, em si algo de mitológico, porque passa a endeusar o número, as fórmulas e a regra, criações mentais que são os substitutos dos conceitos que regiam o período mítico. Os homens, ao expressarem sua subjetividade e no afã de dominar a natureza, criaram os deuses tanto do período mítico quanto do período racional e, em ambos os períodos, passaram a adorar a obra de suas próprias mãos. A razão, que é descrita como o agente da formação cultural, trabalha dialeticamente em dois níveis: Verstand/subjetiva e Vernunft/objetiva, no entanto, devido à instrumentalização da razão, essa dialética não se manteve, e esse foi um dos fatores que impediram a formação cultural e, consequentemente, a maioridade e a autonomia do sujeito. A manutenção do caráter mitológico em uma época que se considera plenamente esclarecida pode ser evidenciada pela indústria cultural. É através dela que tudo passa a ser submetido ao fetichismo do mercado e às suas exigências. Essa indústria é analisada como a união entre rádio, televisão, cinema e ideologia. Ela busca padronizar tudo à sua volta, a fim de transformar tudo em mercadorias, inclusive a vontade das pessoas e a educação. O lazer e a diversão também são instrumentalizados e se transformaram em meros entretenimentos que obliteram a imaginação e a razão. A redução da cultura e da educação a uma semicultura (Halbbildung) emprestou à indústria cultural uma aparência de formação cultural, mas que, na verdade, é apenas uma pseudoformação. A educação, dentro desse contexto conflituoso, no entanto, pode colaborar de modo significativo para a conscientização e a emancipação, isso na medida em que restabelece uma dialética adequada entre razão subjetiva e objetiva. Um desafio central é, pois, evidenciar as artimanhas, os véus, as teias e as magias que, em plena época das luzes, diariamente obstaculizam a formação de sujeitos autônomos e críticos. Assim, embora não requerendo a superação da sociedade atual para dentro de seus limites, a educação pode ser concebida como um espaço de resistência, um refúgio da liberdade , capaz de contribuir para a formação de sujeitos que possam de fato fazer escolhas, pensar e agir de forma livre.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia}, note = {Filosofia Moderna e Contemporânea} }