@MASTERSTHESIS{ 2010:1652320803, title = {A questão do mundo na fenomenologia de Edmund Husserl}, year = {2010}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2105", abstract = "O objetivo da dissertação é investigar o estatuto da noção de mundo na fenomenologia de Husserl. Parte-se de uma análise dos elementos implicados na caracterização deste como correlato objetivo universal da vida transcendental. Para tanto, fez-se necessário examinar as noções de consciência e epoché, na medida em que a compreensão de seu sentido inédito e original é determinante para uma plena apreensão da questão proposta. A noção de consciência é elaborada pela fenomenologia husserliana numa significação radicalmente oposta às concepções modernas da mesma, nas quais era concebida, em geral, como interioridade psíquica que articula idéias ou dados psicológicos provenientes de estímulos recebidos do exterior. De acordo com Husserl, a verdadeira subjetividade deverá ser descrita como âmbito ideal-transcendental que abrange a constituição de ambos os pólos implicados numa experiência qualquer. Sua característica fundamental será traçada pela intencionalidade operante que garante a correlação direta entre sujeitos possíveis e objetos possíveis. O método que permite acessar tal âmbito, tornando possível a descrição pura da apriórica referência dos atos noéticos aos seus respectivos correlatos noemáticos, é o método da epoché. A validação deste como procedimento cabível e exigido pelo caráter da investigação se mostra indispensável no interior do pensamento husserliano. O processo de variação eidética e o papel da fantasia também são destacados em função de sua importância no todo da operação. A concepção de mundo haurida a partir do emprego desta metodologia que invalida a atitude natural de consideração, enquanto um procedimento ingênuo e insuficiente para fundar o conhecimento, é extraída, primeiramente, num movimento de refutação ao conceito moderno de mundo. A concepção de mundo como horizonte de sentido para toda e qualquer experiência somente encontra fundamento através da superação das tradicionais figuras de consciência e de idealismo. A nova acepção, instaurada pela fenomenologia, traz como especificidade determinante o caráter essencial da análise, recurso que lhe permite alçar-se à atitude transcendental de investigação abandonando, concomitantemente, a faticidade imposta pela consideração natural. O exame meticuloso da estrutura essencial presente em uma experiência qualquer permite a constatação dos horizontes implicados em cada vivido singular. A interconexão destes num sistema indefinido de novas experiências, eideticamente pré-determinadas a partir dos horizontes interno e externo de cada objetividade tomada individualmente, leva ao horizonte total do mundo. O mundo será então caracterizado como horizonte dos horizontes ou, ainda, como idéia infinita correlativa às infinidades de experiências possíveis na unidade de uma mesma vida. Trata-se, enfim, de compreender o mundo como sentido omni-englobante que envolve cada experiência individual de modo a determinar a possibilidade indefinida de experiências possíveis segundo o telos de concordância e sedimentação.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Filosofia}, note = {Filosofia Moderna e Contemporânea} }