@MASTERSTHESIS{ 2015:1933030217, title = {Estado e resistência: Deleuze, Guattari e a distopia do real}, year = {2015}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/2080", abstract = "O objetivo deste trabalho é explorar um traço singular dos escritos de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Nossa hipótese é a de que a filosofia política dos autores, sobretudo nos dois tomos de Capitalismo e Esquizofrenia, O Anti-Édipo e Mil Platôs, pode ser considerada uma filosofia política distópica. Isso porque percebemos que suas considerações sobre a noção de Estado, bem como as narrativas da distopia como gênero literário e cinematográfico, nos mostram como o Estado possui, desde sempre, o germe daquilo que chamamos, ao longo da pesquisa, de Estado Terminal. As distopias, ao menos as de cunho autoritário, elaboram a descrição de uma formação social na qual a variedade dos modos de vida entram em processo de extinção, em função das coordenadas estatais. O mesmo receio de Deleuze e Guattari. Os Estados de supercontrole condicionam a existência de seus membros, bem como rechaçam ou cooptam qualquer forma de resistência aos códigos de controle que inventam. Ao longo da pesquisa traçamos um paralelo entre as descrições de algumas obras distópicas e a teorização acerca do Estado e sua possibilidade de resistência em Deleuze e Guattari. Trata-se de uma problematização que se encontra distante das filosofias políticas mais clássicas, e que está marcada pelo tom de suspeita e preocupação em relação à noção de Estado. Evidenciamos que essa mesma noção é abordada de maneira peculiar pelos dois filósofos em questão e não se resume ao aparato jurídico que se estabelece em ato e conceitualmente com o Estado moderno, mas como uma forma de produção e reprodução que atua nos mais diversos níveis. Há Estado no Congresso, na Constituição e na regulamentação do mercado mundial; como há no operário de fábrica em sua ambição de substituir o chefe, ou no estudante universitário que encontra na vida acadêmica uma condição de conforto. Para tratar dessa problemática, nos dedicamos com mais ênfase aos dois tomos de Capitalismo e Esquizofrenia. Em O Anti-Édipo nos ativemos, principalmente, às noções de máquinas desejantes e socius, uma vez que as formações sociais, como também os modos marginais que resistem a elas, são pensadas por meio desses conceitos. Em Mil Platôs nos dedicamos à teoria das linhas, ao problema da segmentaridade e a vigorosa noção de máquina de guerra, que funcionam como ampliações e revisões dos conceitos já apresentados no primeiro tomo. Defendemos que, tanto em O Anti-Édipo, quanto em Mil Platôs, Deleuze e Guattari mantêm o mesmo receio dos autores distópicos: a preocupação sempre presente de que a forma Estado devenha algo puramente negativo, que entre em processo de destruição daquilo que difere de seus códigos. Mais que isso, afirmamos que os filósofos nos permitem pensar que a distopia não é puramente uma questão de ficção, mas que já se encontra muito bem encarnada nos corpos e nas formações sociais. Uma distopia do real que pode se intensificar e expandir caso cessemos de apresentar modos de resistência criativos.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }