@MASTERSTHESIS{ 2012:1020653157, title = {Entre irregularidades e sociabilidades: histórias de crianças e adolescentes pobres em Toledo/PR (1980-1990)}, year = {2012}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/1784", abstract = "O objetivo desta dissertação é problematizar histórias de vivências de crianças e adolescentes pobres, através de autos processuais da Vara da Infância , Juventude, Família e Anexo, do Fórum da Comarca de Toledo/PR, fontes inéditas na historiografia brasileira, no período entre as décadas de 1980 e 1990, orientados pelo então Código de Menores de 1979. Estas histórias foram delineadas em âmbito nacional, num contexto de existência da FUNABEM e de suas desdobradas FEBEMs, que ditavam políticas e aparatos jurídicos para a infância no país, naqueles anos de ditadura civil-militar, instaurada no pós-1964. Na região Extremo -Oeste do Paraná, à época era construída a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que atraía e dispersava populações trabalhadoras itinerantes. Neste período também se processavam mudanças tecnológicas na agricultura, engendrando o êxodo rural. Estes fatores propiciaram que cidades da região, como é o caso de Toledo, recebessem incremento populacional significativo. Em âmbito s local e regional , tal processo foi marcado por uma intensa circulação de migrantes pobres e itinerantes, de várias regiões do país, modificando a paisagem social da cidade. Em Toledo, e intensificou a constituição dos chamados bairros clandestinos , dentre outros problemas sociais. Na documentação judicial, foi possível perceber uma maior circulação de crianças e adolescentes pobres, que passaram a ocupar o centro da cidade ou a desenrolar atividades ilícitas e consideradas irregulares, recebendo grande mobilização social, também muito repercutida na imprensa. A análise das intervenções judiciais na vida de crianças e adolescentes pobres, à luz dos autos de processo especial de menor, revelou a existência de redes de proteção, normalização, controle, apoio e auxílio, muitas das quais articuladas às instituições religiosas que faziam assistência com normatização e controle social através valorização do trabalho. Em alguns casos, crianças e adolescentes circulavam entre a família e a rua, a delegacia e outras instituições criadas pelo Estado, para lidar com as situações irregulares . A análise das vivências desses sujeitos e suas práticas revelaram uma cultura popular tencionando normatizações autoritárias forjadas no período. Estas tensões foram percebidas nesta pesquisa através de um conjunto de táticas constituídas na experiência cotidiana da vida urbana em choque com valores moldados por dinâmicas locais e pressupostos políticos nacionais. A socialização de crianças e adolescentes pobres se processava na circulação entre instituições e sociabilidades, os quais, dentro das possibilidades vividas, se mostravam ativos e participativos no processo.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras} }