@MASTERSTHESIS{ 2014:1155487112, title = {Richard Francis Burton e a inserção do kama-sutras como um manual sexual entre os vitorianos (Inglaterra, 1883)}, year = {2014}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/1698", abstract = "Dentre os vários Kama-sutras difundidos no mercado, a versão clássica foi escrita por Vatsyayana (século I-IV, aproximadamente) e publicada na Inglaterra em 1883 pela Sociedade Hindu Kama-Shastra. Richard Francis Burton foi o membro de maior importância na Sociedade Hindu Kama-Shastra, pois, além de fomentar a publicação, auxiliou na tradução, editou e enunciou vários comentários ao longo da obra. Em seus comentários, percebemos que o projeto da tradução e publicação do Kama-sutras visava em especial à instituição de novas práticas sexuais aos seus contemporâneos. Para ele, importava não apenas conhecer o outro , mas aprender com o outro , e o discurso de Vatsyayana foi constituído por ele neste manual de aprendizagem . A partir do Kama-sutras, Burton imaginou um Oriente exótico , portador de conhecimentos sexuais e eróticos. Este Oriente exótico do tradutor-comentador criou um efeito discursivo de considerável estímulo sobre as disposições afetivas dos leitores, fato que reforçou sua ação ideológica de transformação das práticas eróticas e sexuais dos vitorianos. Burton achava que o Kama-sutras era importante para os ingleses, pois continha muitas coisas novas e interessantes sobre a união dos sexos . Além disso, observava que a ignorância acerca do sexo levava o homem inglês a não desfrutar totalmente dos prazeres matrimoniais, além de não satisfazer plenamente os desejos sexuais de sua esposa. Assim, percebemos que havia um sentido imanente ao discurso de Burton sobre o passado indiano, no qual o tradutor-comentador buscou pela pretensão de se alcançar a verdade sobre o passado indiano, atingir a realidade inglesa do final do século XIX. Nas análises dos relatos dos envolvidos na tradução e publicação do Kama-sutras, constatamos, por exemplo, a existência de interdições legais, tais como as promulgadas pela Lei de Publicações Obscenas de 1857, que regulavam as publicações de cunho erótico e sexual. Além disso, a partir de uma revisão historiográfica e tomando os relatos dos envolvidos na produção do Kama-sutras como fonte, constatamos que os conflitos entre os produtores do Kama-sutras e os guardiões da castidade (que combatiam as ditas publicações obscenas ) se deram, sobretudo, no seio da classe burguesa, mesmo não sendo um conflito exclusivamente burguês. Neste sentido, buscamos analisar (não somente a tradução inglesa do Kama-sutras, mas, também, outros textos que estiveram no emaranhado de relações interdiscursivas), as representações, intervenções e disciplinas, construídas social e culturalmente na Inglaterra do final do século XIX, que incidiram sobre os corpos e sobre as identidades dos sujeitos daquele contexto", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras} }