Export iten: EndNote BibTex

Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/5562
Tipo do documento: Tese
Title: De um projeto de desenvolvimento nacional à subordinação ao capital externo: a dinâmica da indústria brasileira de máquinas agrícolas
Other Titles: Of a national development project for subordination to external capital: the dynamics of the brazilian agricultural machinery industry
Autor: Flores , Edson Luiz 
Primeiro orientador: Medeiros, Marlon Clóvis
Primeiro membro da banca: Medeiros, Marlon Clóvis
Segundo membro da banca: Sampaio, Fernando dos Santos
Terceiro membro da banca: Espíndola, Carlos José
Quarto membro da banca: Jabbour, Elias Marco Khalil
Quinto membro da banca: Nunes, Sidemar Presotto
Resumo: Essa pesquisa, em que estudamos a dinâmica da indústria brasileira de máquinas agrícolas, nos levou a defender a seguinte tese: no Brasil esse segmento industrial teve um desenvolvimento tardio se comparado ao de outros países, tais como os Estados Unidos, Alemanha e a Inglaterra. Ocorre que a formação social brasileira, cristalizada a partir da ocupação portuguesa, desenvolveu uma economia agroexportadora, em geral, apoiada no trabalho braçal o que contribuiu para atrasar a inserção de maquinaria na agricultura. As classes que controlaram a economia do país antes da década de 1930 (fazendeiros e o comércio exportador/importador), praticamente não apoiaram a industrialização, o que atrasou o desenvolvimento tecnológico, por exemplo, pouco desenvolvendo a siderurgia e o setor mecânico, imprescindíveis para a fabricação de máquinas agrícolas. Porém, a partir desse período (com a mudança no pacto de poder) a indústria de base (ferro, aço, petróleo, energia, entre outros) e o setor automotivo começaram despontar no Brasil, o que estimulou o segmento de fabricação de máquinas agrícolas, de modo que a partir dos anos 1960 já se produzia até tratores (especialmente por filiais de empresas estrangeiras), colheitadeiras automotrizes (com o predomínio de empresas nacionais) e os mais diversos implementos agrícolas, resultando que na década de 1970 praticamente estava consolidado esse setor industrial, com diversas empresas concentradas especialmente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Esse processo foi estimulado por meio de políticas econômicas de apoio à indústria, como o Plano Nacional da Indústria de Tratores de Rodas (1959), Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND’s), além do incentivo à formação de demanda para a comercialização de máquinas agrícolas, particularmente por meio do crédito rural para investimentos. Porém, as políticas econômicas implantadas a partir da década de 1980 não apoiaram a industrialização e reduziram o crédito rural, o que resultou em um processo de subutilização da capacidade produtiva da indústria de máquinas agrícola instalada no Brasil, ampliando a recessão e causando, particularmente a partir dos anos 1990, a falência de importantes empresas nacionais, bem como facilitou a entrada do capital externo, que adquiriu outras destacadas unidades industriais desse segmento. Mesmo com a retomada do crédito rural, ocorrida particularmente no período 2006-2013, o que reaqueceu as vendas internas da indústria de máquinas agrícolas, a desnacionalização de empresas persistiu, de modo que na atualidade esse setor encontra-se oligopolizado, controlado por poucas marcas concentradas em três grandes grupos industriais estrangeiros: AGCO Corporation, CNH Industrial e Deere & Company. Aparentemente, são grupos industriais dominantes, mas que fundamentalmente são controlados pelo capital financeiro, por poucos fundos de investimentos (sedeados principalmente nos Estados Unidos e na Europa) que partilham praticamente todo o mundo, controlando, inclusive, corporações industrias de outros segmentos.
Abstract: This research, in which we study the dynamics of the Brazilian agricultural machinery industry, led us to defend the following thesis: in Brazil, this industrial segment had a late development compared to that of other countries, such as the United States, Germany and England. It turns out that the Brazilian social formation, crystallized from the Portuguese occupation, developed an agro-export economy, in general, supported by manual labor contributed to delay the insertion of machinery in agriculture. The classes that controlled the country's economy before the 1930s (farmers and the export/import trade), practically did not support industrialization, which delayed technological development, for example, with little development in the steel industry and the mechanical sector, essential for the manufacture of agricultural machinery. However, from that period (with the change in the power pact) the basic industry (iron, steel, oil, energy, among others) and the automotive sector began to emerge in Brazil, which stimulated the agricultural machinery manufacturing segment, so that since the 1960s, even tractors (especially by branches of foreign companies), self-propelled harvesters (with a predominance of national companies) and the most diverse agricultural implements have been produced, resulting in the 1970s practically consolidating this industrial sector, with several companies concentrated especially in the states of São Paulo and Rio Grande do Sul. This process was stimulated through economic policies to support the industry, like the National Plan for the Wheel Tractor Industry (1959), National Development Plans (PND’s), in addition to encouraging the formation of demand for the sale of agricultural machinery, particularly through rural investments credit. However, the economic policies implemented since the 1980s did not supported the industrialization and reduced rural credit, which resulted in a process of underutilization of the productive capacity of the agricultural machinery industry installed in Brazil, widening the recession and causing, particularly the As of the 1990s, the bankruptcy of important national companies, as well as facilitating the entry of foreign capital, which acquired other outstanding industrial units in this segment. Even with the resumption of rural credit, which occurred particularly in the period 2006-2013, which rekindled domestic sales in the agricultural machinery industry, the denationalization of companies persisted, so that at present this sector is oligopolized, controlled by few brands concentrated in three major foreign industrial groups: AGCO Corporation, CNH Industrial and Deere & Company. Apparently, they are dominant industrial groups, but which are fundamentally controlled by financial capital, by few investment funds (based mainly in the United States and Europe) which share practically the entire world, including, controlling industrial corporations in other segments.
Keywords: Indústria de máquinas agrícolas
formação social
políticas econômicas
capital externo
desnacionalização da indústria
economia brasileira
Agricultural machinery industry
social formation
economic policy
foreign capital
denationalization of the industry
Brazilian economy
CNPq areas: CIÊNCIAS HUMANAS: GEOGRAFIA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas
Program: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Campun: Francisco Beltrão
Citation: FLORES, Edson Luiz. De um projeto de desenvolvimento nacional à subordinação ao capital externo: a dinâmica da indústria brasileira de máquinas agrícolas. 2021. 363 f.. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, 2021.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://tede.unioeste.br/handle/tede/5562
Issue Date: 19-Mar-2021
Appears in Collections:Doutorado em Geografia (FBE)

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Edson Luiz Flores 2021.pdf7.87 MBAdobe PDFView/Open Preview


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons